Thata Vilella

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Entendimento

Estou vivendo um momento muito bom, pois sinto que finalmente estou me recuperando da grande dor que senti com o término do meu namoro. Ainda gosto dele, não nego; mas pelo menos agora não estou mais chorando e sofrendo, como era até então.
De repente, comecei a perceber que o término da minha relação com ele, embora tenha sido de um jeito meio torto - e NÃO POR CULPA MINHA - , foi a melhor coisa que me aconteceu. E hoje, cada vez que penso nisso, vejo que muito dificilmente daríamos certo juntos; vejo que não seríamos mesmo felizes juntos, pois somos muito "incompatíveis".
E essa incompatibilidade não é com relação às nossas personalidades, que olhando direito nem não assim tão diferentes; nossa incompatibilidade está em algo tão importante quanto as nossas formas de ser: somos incompatíveis na maneira de ver, encarar e conduzir a vida. Nossos estilos de levar a vida são mesmo muito diferentes.
Enquanto eu estou sempre lutando pra melhorar minha condição de vida e crescer, ele é bastante acomodado. E ele tem o pior tipo de acomodação que pode existir; porque ele até tem objetivos, desejos e sonhos, mas não faz nada pra alcançá-los. Pior: ele não tem o menor direcionamento e estrutura pra lutar por aquilo que quer.
E só agora vejo isso claramente, depois de separada dele. Vejo que ele precisa mesmo é de alguém que "cuide da vida dele pra ele" , alguém que "segure a onda do relacionamento" enquanto ele vai "sonhar por aí" ; e eu não suportaria isso por muito tempo, com certeza. E não que eu me incomodasse em "segurar a onda" pra ele ir atrás do que tanto quer; mas eu precisaria ver realizações. E como ele não tem o menor direcionamento pra ir atrás das coisas, as realizações não apareceriam, e assim em algum momento eu cobraria isso dele.
E minhas cobranças com certeza iam acabar destruindo nosso relacionamento. Sou uma pessoa que precisa ter "chão pra pisar" , ter pra onde voltar, caso aquilo pelo que eu esteja lutando não produza resultados. Costumo pensar e planejar com cuidado os passos que preciso dar para realizar os meus sonhos, e ter alguma estrutura com que contar, caso eu tropece no meio do caminho.
Além disso, sou uma pessoa que acredita muito em si mesma, e tenho um otimismo que me impulsiona e encoraja a ir atrás do que quero, e sempre acredito que posso conseguir; e ele - vejo agora - , não tem um pingo de confiança em si mesmo. E o pior nisso tudo é que ele tem todas as ferramentas necessárias pra conseguir o que quer e chegar muito longe: é muito inteligente e talentoso; mas não sabe o que fazer com isso. Aí, é como se tudo que ele tem não valesse de nada, já que até agora não serviu nem mesmo pra melhorar a condição de vida dele.
Se algo está me fazendo sentir insatisfeita, arregaço as mangas e vou à luta pra mudar e melhorar. Já ele, só faz reclamar e se lamuriar da própria sorte, sem nada fazer pra mudar; vive reclamando que tem um emprego com o qual não está satisfeito, fazendo um trabalho do qual não gosta, mas não move uma palha pra mudar isso. E ainda fica se lamentando que gostaria de poder dar mais coisas ao filho que ele tanto ama, mas também não corre atrás disso; talvez pra ele seja mais fácil levar as pessoas a terem piedade dele, do que fazer por onde mudar as coisas.
Reconheço que ele tem grandes qualidades: é amoroso, carinhoso, atencioso, interessante, inteligente, sabe como fazer uma mulher bem feliz; além de também ter uma inteligência e talento que podem fazê-lo chegar muito longe. Mas ao mesmo tempo ele tem esse defeito, que é justamente o motivo da nossa incompatibilidade.
Lamento que seja assim, porque fora isso, tínhamos tudo pra dar certo. Afinal, ambos não gostamos de farras e preferimos uma vida mais tranquila, caseira (pelo menos foi isso que ele me mostrou ser, e é nisso que acredito até que o contrário se prove); ambos gostamos de rotina, e eu me adaptaria tranquilamente a ele, se fosse preciso.
Mas não seria capaz, de jeito nenhum, de me adaptar à acomodação, à inércia dele; não eu, que sou tão batalhadora, e estou sempre correndo atrás de tornar a minha vida melhor. Confesso que até perdoaria a deslealdade e traição dele, se fosse preciso; mas jamais conseguiria passar por cima da acomodação dele, fechar os olhos pro fato de que ele simplesmente não sabe o que fazer com as ferramentas valiosas que tem pra chegar onde quer.
Por isso mesmo, finalmente entendi que o melhor que poderia ter acontecido foi a nossa separação. Seria realmente difícil que a nossa relação fosse muito longe, com uma incompatibilidade tão grande como essa. E olha que eu tentei de todas as formas que pude ajudá-lo a ter mais direcionamento e garra pra lutar; mas infelizmente não consegui, porque ele simplesmente não se interessou, não deu bola e não viu que tudo que eu estava fazendo era pro bem dele.
E como só é possível fazermos algo por quem permite que façamos algo, eu não podia dar pra ele uma coisa que ele não estava se abrindo pra receber. Hoje vejo que ele não se abriu o bastante pra receber tudo de bom que eu tinha e estava querendo dar pra ele; e sendo assim, nada foi mais acertado do que não permanecermos juntos.
Só me entristece saber que ainda não podemos ser amigos (e nem sei se algum dia poderemos vir a ser, e NÃO POR CULPA MINHA); porque apesar de tudo que ele me fez passar, não tenho mais nenhum ressentimento dele. E não tenho porque agora entendo que tudo o que aconteceu foi o melhor pra mim e pra ele (principalmente pra mim).
Ainda estou meio desacreditada com essa história de amor, é verdade; afinal, a ferida que ele fez dentro de mim ainda não se fechou completamente, e enquanto isso não acontecer, sei que não serei capaz de acreditar em alguém novamente.
E olha que outras pessoas têm aparecido. Mas como estou mesmo meio "ressabiada" , depois de tudo que passei, tem sido bem difícil pra mim acreditar no que um homem me diz sem desconfiar e pensar que ele pode estar mentindo. Posso dizer que não estou mesmo nem um pouco disposta a permitir que outra pessoa faça comigo tudo que André fez; não estou mais a fim de deixar que outro brinque com os meus sentimentos, abuse da minha dedicação e depois me faça de idiota, como Andrá fez.
Estou procurando me proteger da melhor maneira que posso, e pelo menos por enquanto, não quero saber de relacionamento sério com ninguém. Quero mais é dar um tempo pra mim mesma, pra cuidar da minha vida e continuar correndo atrás do que quero. Não posso dizer quanto tempo esse meu "ressabiamento" vai durar; mas posso dizer que não estou com pressa que ele acabe. Não quero correr o risco de sofrer de novo, e por isso mesmo estou indo bem devagar com relação a isso; e tenho agido com o máximo de desconfiança e reserva de que sou capaz com relação aos homens.
Pode ser que esse meu "recesso" demore, e também pode ser que não; o fato é que eu não vou me preocupar mesmo com isso, e vou dar tempo ao tempo, pra que as coisas se ajustem por si sós. O importante mesmo é que agora eu finalmente estou voltando a ser a pessoa que sempre fui: alegre, sorridente, bem humorada; e devo isso a Deus e aos meus amigos, que têm sido importantíssimos e me ajudado muito nessa fase.

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