Thata Vilella

quinta-feira, 19 de março de 2009

Morando Sozinha - Queda de Renda

Há 3 dias recebi uma notícia bomba, principalmente agora, que estou morando sozinha: perdi meu trabalho extra da noite. Até o momento da minha mudança, eu tinha dois empregos: um público, na EMPREL (em cujo concurso passei em 2007) e um extra, na empresa onde eu trabalhava até passar no concurso da EMPREL.

Pois bem, nos últimos tempos aconteceram coisas sérias, que acabaram culminando na minha "demissão". Eu trabalhava na tesouraria de uma escola, no horário das 18 às 21 horas; há alguns meses atrás, começaram a acontecer "faltas de dinheiro" nos meus caixas, coisa que até então nunca tinha acontecido.

A princípio, suspeitou-se de uma pessoa - por sinal, muito amiga minha - e, devido às várias evidências (e nenhuma prova, saliente-se), todos acreditaram - inclusive eu, e peço perdão a Deus por isso - ser ela a culpada. O fato é que ela pediu demissão, e depois disso todos acreditaram que o problema estava de fato resolvido, e que tal situação não voltaria a acontecer.

Ledo engano, porém; pois menos de 1 mês depois, a situação voltou a acontecer e eu, mais uma vez, passei por constrangimento. Constrangimento esse que, dessa vez, foi ainda pior do que anteriormente; afinal, recebi ligação do Gerente Financeiro (se é que se pode chamar assim alguém tão sacana) me informando da falta de dinheiro no caixa, e exigindo que eu voltasse ao meu local de trabalho pra procurar o tal dinheiro.

Desesperada, voltei; e com toda a calma possível - que não sei onde fui buscar tanta numa situação daquela - procurei o dinheiro. E lógico, não encontrei, pois sabia que tinha mandado o mesmo completo pra ele. Voltei a falar com ele, disse que não encontrei o dinheiro lá e perguntei o que fazer pra resolver a situação; ele falou que eu teria que repor o dinheiro - mesmo que parceladamente - e eu, ainda desesperada, aceitei e acertei os detalhes com ela.

No entanto, na volta à EMPREL, com a cabeça mais fria, pensei melhor em tudo e, conversando com outras pessoas - essas minhas verdadeiras amigas - cheguei à conclusão que, se eu pagasse, estaria, mesmo que indiretamente, assumindo uma culpa que eu não tinha (nem nunca tive, desde o início).

Então, liguei pro Diretor Geral - que foi quem me convidou pra esse trabalho - , contei o que aconteceu e perguntei pra ele o que fazer; mas qual não foi a minha surpresa ao ouvir dele que ele não sabia da coisa como eu estava contando - o gerente tinha falado pra ele que eu tinha lançado o caiax errado - e que precisava falar com ele antes de me dizer alguma coisa.

E foi aí que toda a confusão começou: porque foi o tempo de eu falar com o Diretor, e o Gerente me ligou soltando fogo pelas narinas, e me falou um monte de desaforos. Falou que a partir daquele momento não me ajudaria mais - como coisa que ele viesse "me acobertando" em algo errado; vê se pode!!!! - , que eu não confiei nele e que por isso, a partir daquele momento, eu não contaria mais com a "ajuda e proteção" dele.

Falei pra ele que, se fosse pras coisas continuarem do jeito que estavam, eu não tinha mais condições de continuar trabalhando, e que entregaria a tesouraria; ele falou que eu tinha o direito de fazer o que eu quisesse e a conversa encerrou ali (pelo menos por enquanto). Liguei pro Diretor Geral, e falei pra ele que estava entregando a tesouraria, pois não aguentava mais a situação; ele me pediu um prazo, pois queria conversar comigo - conversa essa que nunca aconteceu - , e falou que, naquele dia, a Diretora Pedagógica é quem iria apanhar o caixa comigo, e me perguntou se eu ficaria mais calma e segura assim. E eu disse que sim.

Quando ela chegou pra apanhar o caixa comigo, aproveitei a oportunidade e tive uma conversa franca com ela. Expus toda a situação e repeti pra ela o que vinha dizendo desde o início: que ou a sistemática com o caixa mudava (leia-se ter um conferente de caixa e o caixa não dormiria mais lá) ou eu realmente não teria mais condições de trabalhar; afinal, era uma situação chata, e eu precisava dormir à noite, com o sossego de saber que o dinheiro chegaria intacto ao destino. E disse mais: que se tudo continuasse como estava, eu iria sair dali.

Ela me pediu por tudo que eu não saísse, porque a escola estava com muitos projetos e precisariam de mim neles; pediu também que eu me acalmasse, porque ela iria conversar com o Diretor Geral e encontrar uma forma de resolver tudo.

Coincidência ou não, o fato é que depois dessa conversa muitas coisas "estranhas" começaram a acontecer: recebi um pagamento equivalente às férias que eu já havia tirado (de 25 dias); na sequência, cheguei um dia pra trabalhar e "descobri" que estava de férias por 10 dias; quando fui sacar meu salário, descobri um valor muito grande depositado na minha conta (e imediatamente "botei a boca no mundo" pra todos saberem que eu constatei o erro, e que estava disposta a corrigi-lo; logo, todos veriam a minha honestidade).

Um dia antes do dia que eu deveria voltar ao trabalho, liguei pro Gerente e perguntei se eu poderia retornar na semana seguinte, pois naquele fim de semana eu iria me mudar e por isso eu precisava muito daqueles 2 dias, pra poder organizar tudo. Ele não se opôs, e permitiu que assim eu fizesse.
Quando eu voltei na segunda, qual não foi minha surpresa ao constatar que não só as mudanças que eu sugeri foram implementadas, como foram até aprimoradas: o caixa agora vai ao destino em malote, e todos os recibos de pagamentos recebidos devem ser devidamente discriminados em relatório próprio. Mas minha maior surpresa ainda estava por vir: quando o tal Gerente chegou, me chamou pra conversar; começou rememorando toda a situação e por fim falou que, como a relação entre a escola e eu "se desgastou" - papo furado!!!! - foi feita a minha rescisão, como se carteira assinada eu tivesse. Veio também com um papinho de que sempre "me ajudou" muito, de que isso não era demagogia dele - e ele lá sabe o significado desse termo? nem respeito às pessoas ele tem!!!! - , mas que dada toda a situação, foi tomada essa decisão.

Falou também que, como a escola tem planos de retomar os cursos de sábado no Cabo de Santo Agostinho no 2º semestre e eu já tenho experiência nisso, a ideia deles é que eu retorne pra ser responsável por isso. Mas confesso que, sinceramente, não devo voltar a trabalhar pra eles ñ. Primeiro porque, como o gerente muito bem falou, gerou-se um desgaste e por isso mesmo, é impraticável voltar a trabalhar pra eles "como se nada tivesse acontecido" (mesmo porque aconteceu; e foi sério!!!!); segundo, porque minha "demissão" foi algo totalmente libertador pra mim.

Com essa "demissão", recuperei a qualidade de vida que eu tinha perdido, com uma rotina de vida tão puxada como era a minha. Claro que eu senti um impacto da notícia, principalmente agora, que estou morando sozinha; mas depois, pensando na situação com a cabeça mais fria - e devo isso a Deus e à toda fé que tenho Nele - , percebi que, mesmo com as dificuldades financeiras que terei com essa "redução de renda" , graças a Deus não é nada que vá "me matar de fome".

Afinal, tenho um emprego fixo, conquistado graças a Deus - não me canso de frisar isso - e a muito esforço e estudo; tudo que precisarei fazer agora é economizar - mais do que já economizo - e gastar apenas com o estritamente necessário. E como não sou uma pessoa de muitos luxos, pois vivo perfeitamente bem com pouco, não terei dificuldade. E além disso, agora que não trabalho mais à noite, terei mais tempo para dormir, ler um bom livro, assistir um bom filme e estudar pra outros concursos (algo que eu já fazia, mas de forma "meio torta").

Tenho consciência plena de que as coisas, a partir de agora, vão ficar bem difíceis; mas como graças a Deus tenho garra e muitos amigos, vou conseguir passar por todas as dificuldades e chegar onde tanto quero. Sei - graças à minha fé - que outras portas se abrirão pra mim, e que as coisas melhorarão mais rápido do que imagino; mas também sei que tenho que fazer a minha parte, e já estou fazendo: continuo estudando pra outros concursos, e me esforçando pra fazer meu trabalho ainda melhor (e agora que tenho apenas um emprego, vou conseguir dar o melhor de mim, com certeza); e também, a partir de agora, a palavra de ordem é POUPAR, ECONOMIZAR o máximo que eu puder.

E no mais... SEGUIR ADIANTE SEMPRE, COM FÉ EM DEUS E MUITA CORAGEM!!!! Porque, se Ele me deu a força e a coragem de que eu tanto precisei pra tomar a decisão de buscar a minha independência (pelos motivos que só Ele e eu sabemos quais), Ele também me dará força e coragem pra ir adiante.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Voando com as Minhas Próprias Asas (Parte II) - Morando Sozinha

Hoje faz 2 dias que estou morando sozinha. Me mudei sábado, dia 14 de março. Dei um duro danado - fiz minha mudança praticamente sozinha - mas graças a Deus já estou instalada; e feliz, muito feliz!!!!!

A kombi que contratei pra fazer a mudança chegou na casa de mainha - que até então era a minha casa - umas oito horas da manhã. O motorista me ajudou a colocar tudo dentro carro, e seguimos rumo ao meu novo endereço.

Mas o difícil mesmo foi antes da minha mudança. Logo na sexta - feira, quando cheguei em casa, finalmente começou a cair a ficha de que aquela era a minha última noite da "casa da mamãe" , e de que do dia seguinte em diante, eu estaria na "minha casa" . Senti um certo vazio, uma tristeza mesmo; afinal, em menos de 24 horas eu estaria não mais na casa da minha mãe, mas na minha própria casa.

E estar na minha casa traz junto consigo uma nova realidade: minhas próprias contas e despesas pra pagar (aluguel, alimentação, etc.), além da imensa tarefa de ser livre com responsabilidade; principalmente isso, porque além de estar morando sozinha, minha nova moradia é um quarto na casa de uma amiga de trabalho (situação provisória, que em poucos meses pretendo mudar).

De qualquer forma, o importante mesmo é que, a partir de agora, estou vivendo sozinha, e por isso mesmo terei que me virar sozinha. No mesmo dia em que me mudei, fui ao supermercado - pela primeira vez de fato sozinha - comprar algumas provisões pra mim: leite, chocolate em pó, iogurte, pão, presunto, sabonete, pasta de dente, etc.

É realmente uma sensação MARAVILHOSA estar na própria casa!!!!! Mesmo com todas as responsabilidades e dificuldades que isso traz, estou muito feliz por finalmente estar construindo a minha própria vida; tenho - agora mais que nunca - a plena fé de que tudo dará certo, e de que em breve estarei no lar dos meus sonhos: o meu apartamento!!!

Mas enquanto esse novo passo ñ é dado: sigo me adaptando e curtindo minha nova vida!!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

Voando com as Minhas Próprias Asas

Tomei uma decisão muito importante na minha vida, e estou começando a lutar por ela. Finalmente decidi sair de casa; aliás, não é que eu "decidi" sair. Na verdade, o que eu estou fazendo é "levar a cabo" um desejo antigo meu, mas que por alguma razão - talvez por medo - eu não tinha realizado ainda.

Há muito tempo, penso em sair de casa; ter o meu próprio espaço, pra que eu pudesse ter mais liberdade e, porque não falar, privacidade. Só que agora chegou a hora de realmente fazer isso. Tudo bem que o motivo da minha saída talvez não seja dos mais ortodoxos - estou saindo devido a uma "briga" que tive com a minha depois do carnaval - , mas o fato é que estou em plena procura pelo meu canto.

Minha relação com minha mãe nunca foi das mais "perfeitas"; pra falar bem a verdade, sempre foi bastante conturbada. Nunca tivemos diálogo, absolutamente sobre nada; nossa relação sempre me pareceu "meio burocrática" : nunca fomos inimigas, mas sempre falamos o necessário (quando ela precisava que eu fizesse algum favor, resolvesse alguma coisa, ou emprestasse dinheiro pra ela). Relação de amizade entre mãe e filha mesmo, que é bom, nada!!!!

E como se não bastasse isso, sempre que eu fazia algo que ela "considerasse" errado - se bem que em alguns casos era errado o que eu fazia mesmo - ela me dava uma das suas "esculhambações" homéricas; era meio um monólogo, porque só ela falava, e tudo que eu fazia era ouvir. E eu tinha que ouvir sem falar nada, ou emitir qualquer opinião ou sentimento sobre o que estava ouvindo, porque se eu tentasse fazer isso, ouvia: "é isso mesmo, e se você está achando ruim, saia de casa, porque aqui a casa é minha e as coisas tem que ser do jeito que eu quero.

Todas as vezes que as tais brigas aconteciam, eu ouvia tudo, chorava muito, pensava em sair de casa, mas depois acabava desistindo, e tudo permanecia como estava; só que, no carnaval, outra "briga" dessas aconteceu, e dessa vez eu não me senti como antes. Dessa vez, comecei a sentir que o melhor era eu sair de casa mesmo, porque se eu continuar lá, sequer o nosso vínculo e relação de mãe e filha pode acabar sobrando.

No carnaval, meu namorado foi pra minha casa (pelo menos enquanto eu não saio de lá), pra passar todo esse período comigo; como ela sempre deu a liberdade pra dormirmos juntos - até convidá-lo pra dormir lá ela já tinha convidado - não vi nenhum problema nisso. Chegamos em casa juntos na sexta - feira à noite, depois de termos comprado os mantimentos necessários pro nocco carnaval.

Como somos dois e a cama do meu quarto é de solteiro, achei que o melhor seria dormirmos no quarto da minha mãe; e como isso já tinha acontecido antes e ela não tinha falado nada no sentido de reclamar, mais uma vez não vi qualquer problema nisso também.

Tudo correu na mais perfeita ordem e paz; pelo menos até o carnaval acabar. Como foram 6 dias de feriadão, e passamos eu, ele e meu irmão em casa, quando meu namorado retornou pra casa dele na quarta, a casa ficou uma bagunça. Bagunça essa que eu iria arrumar naquele mesmo fim de semana, já que eu passaria o sábado em casa.

E foi essa a razão da briga que culminou na minha decisão. Minha mãe me ligou na quinta - feria de manhã, quando eu estava no trabalho, me dando o maior esculacho; mas dessa vez a esculhambação não foi como das outras vezes. Tanto pelas palavras que foram usadas por ela - que não vem ao caso eu repetir - como pela forma que me senti.

Pra piorar ainda mais a situação, o clima dessa vez ficou hostil, já que ela ficou sem falar comigo, só voltando quando precisou que eu fizesse algo pra ela. Foi a partir daí que eu comecei a refletir sobre tudo, chegando à conclusão que a única forma de salvar o que ainda resta do nosso vínculo de mãe e filha.

Afinal, apesar e acima de qualquer coisa, ela é minha mãe e eu a amo muito. Por isso mesmo, tomei a decisão de sair, e estou em plena procura do meu canto. Mas não vou sair de casa brigada com ela, muito pelo contrário; até estou pedindo a ajuda dela na tarefa de encontrá-lo.

Tenho fé de que tudo dará certo e de que, depois que estivermos eu na minha casa e minha mãe na casa dela, tudo entre nós duas irá melhorar. Também tenho consciência das dificuldades que enfrentarei morando sozinha, mas acredito firmemente que Deus irá me dar toda a força e coragem de que preciso, e me ajudará a atravessar cada obstáculo que vier. E além disso, graças a Ele tenho amigos com quem eu sei que sempre posso contar. Resumindo: não estou sozinha!!!!!

Então... lá vou eu, voar com as minhas próprias asas!!!!! E que Deus me ajude!!!! E tenho fé de que Ele vai me ajudar, e muito!!!!!