Thata Vilella

quarta-feira, 30 de junho de 2010

João Alberto - mais uma experiência (e aprendizado)

Turbilhão de sentimentos; e não é de hoje. Na verdade, faz um mês que isso tá rolando. Afinal, como sempre, tudo na minha vida acontece "ao mesmo tempo agora" . Assim, sem "intervalo comercial" , "sem tempo nem pra beber água" ; mas o que fazer? Se fosse diferente, acho que nem seria a minha vida, mas qualquer outra coisa!!!!! Mas, vamos aos fatos.

Há dois meses atrás, conheci uma pessoa que encontrei no Par Parfeito (mais uma vez) e começamos a namorar (pelo menos, foi o que me pareceu) . João Alberto é o nome dele; policial, simpático, bem - humorado, inteligente, bom papo, e tem o seu charme (embora não seja bonito; mas isso não importa pra mim) .

No início, como tínhamos no conhecido no site do Par Perfeito (ele puxou conversa comigo no bate papo do site) , ficamos conversando pelo Google Talk; as conversas eram ótimas, sempre recheadas de inteligência e bom humor. E não foi só isso: as afinidades eram muitas, e imediatas; ele, assim como eu, tem um excelente humor, não tem um pingo de frescura e adora diversões em geral. Isso sem contar que ele gosta de tudo que eu gosto; pelo menos, foi isso que ele mostrou, desde o princípio.

Começamos a namorar, e tudo entre nós foi intenso: a química perfeita, entendimento com relação a tudo mais ainda. E como se não bastasse isso, ele ainda foi capaz de abrir a boca e se declarar pra mim; e não foi qualquer declaração: ele simplesmente falou que ME AMAVA!!!! Assim, de supetão e "na bucha" !!!!! Congelei. Afinal, eu NUNCA tinha ouvido isso antes, de ninguém; não assim, como ele falou, e sobretudo dadas aquelas circunstâncias: início de relação, e num momento de total intimidade.

Dia das mães, ele me levou pra passarmos na casa da mãe dele, e me apresentou pra família inteira: tios, primos, todo mundo; gostei de todo mundo, e todos gostaram de mim também. Até participar do amigo oculto do dia das mães, tradição na família (e por isso mesmo, fiquei emocionada e surpresa) .

João Alberto de fato conquistou minha confiança, e compartilhei com ele coisas sobre mim que nunca tinha compartilhado com ninguém; abri meu coração com ele, e mostrei-lhe, de peito aberto, quem e como sou. E, naquele momento, ele fez o mesmo; ou pareceu fazer, vejo agora. E a cada coisa compartilhada e afinidade encontrada, ele ficava me perguntando se tudo que estava acontecendo entre nós era real, e se eu existia mesmo; e eu, assim como ele, me fazia a mesma pergunta. Afinal, até nos encontrarmos, eu NUNCA tinha conhecido alguém tão parecido comigo como ele; de verdade!!!!! E por isso mesmo fiquei, além de feliz, impressionada e esperançosa.

Eu de fato acreditava que, dessa vez, tinha achado a pessoa certa e que, finalmente, minha procura de tanto tempo havia terminado; e fiquei sossegada, já que toda a situação indicava isso. Estávamos felizes, nos dávamos bem e nos entendíamos às mil maravilhas, sob todos os aspectos. Até que, de repente, tudo começou a mudar "da água pro vinho" ; mesmo!!!!!

Ele, que vinha sendo sempre tão amoroso, carinhoso e atencioso comigo ("perfeito" mesmo) , passou a se comportar de maneira distante e fria; nessa hora, imediatamente senti que algo estava errado, e que ele podia estar me escondendo alguma coisa. E resolvi investigar: comecei a fuçar as coisas dele (atitude que, até então, NUNCA tinha sido costume meu - e que NUNCA MAIS voltarei a fazer) , em busca de possíveis "pistas" do que poderia estar acontecendo.

Comecei minha "investigação" pelas coisas da casa dele; e nem foi tão difícil porque, como eu estava sempre lá, e por isso cuidava de quase tudo, tinha acesso fácil a tudo, e podia procurar o que quisesse . E encontrei "pistas" : objetos de Carlinda, a segunda ex - esposa dele, de quem ele havia se separado há algum tempo, e para quem não pretendia voltar mais (segundo ele mesmo havia me contado) ; separei meu "achado" e o questionei a respeito (inclusive sobre uma carta, escrita por ele para ela) . Ele me deu as devidas explicações (que hoje eu percebo que eram "furadas" ) e, pelo menos naquele momento, ficou tudo em paz .

Pura ilusão minha; afinal, ele não mudou o comportamento: continuava distante. Tudo bem que ele não deixou de ser carinhoso comigo totalmente, mas de qualquer forma não era o mesmo do início do namoro; não deixou de me dar atenção e amor, mas já não tinha as mesmas atitudes e comportamento amorosos e dedicados de sempre. E por isso mesmo, continuei desconfiada; desconfiada e investigando. Mas como já tinha revirado a casa dele toda e não havia encontrado nada, decidi mudar meu "alvo" de procura: passei a vasculhar, sem que ele percebesse (e isso era fácil também, já que ele é policial, trabalha a noite inteira e está dormindo justamente quando eu estou acordada) , o celular dele (outro hábito que eu TAMBÉM NÃO TENHO, E QUE NÃO VOLTAREI A FAZER; DETESTO ISSO!!!!) .

Mais uma vez, encontrei "indícios" : mensagens de texto de uma "certa" Débora ; e não eram quaisquer mensagens, mas mensagens de amor, carinhosas mesmo!!!! Novamente, o questionei a respeito; e, mais uma vez, ele me deu explicações que, hoje vejo e sei, eram mentirosas . Por isso mesmo, continuei atenta a tudo que acontecia (e sempre fuçando o telefone dele) .

E não é que ele continuou mudando? Mais que isso: a situação começou a ficar mais crítica; eu continuava perguntando pra ele o que estava acontecendo, se existia algum problema, e ele sempre dizendo que não estava acontecendo nada. Mas aí, veio a "gota d'água" : nosso aniversário de namoro.

Sexta - feira, 27 de maio; naquele dia, completávamos 1 mês de namoro (um namoro que eu acreditava feliz e com tudo pra dar certo, mas que que hoje sei que não passava de um redondo engano) e, como era o normal, me preparei para a ocasião, que pra nós era muito importante (assim eu achava; mas hoje sei que era importante apenas pra mim) . Escolhi uma linda roupa (afinal, queria ficar linda pra ele) , me arrumei toda, e fui me encontrar com ele.

Mas, a caminho desse encontro, ele me liga e pede que eu vá esperá-lo na cada da minha sogra, ao invés de ir direto pra casa dele, como havíamos combinado; pois, segundo ele (mentira!!!!) , como ele estava com o primo resolvendo algumas coisas referentes ao carro dele e isso podia demorar um pouco, era melhor que eu fosse para a casa da mãe dele, pois assim eu não ficaria sozinha. Afinal, lá tinha a prima dele, de quem fiquei amiga, pra me fazer companhia e conversar comigo até ele chegar pra me buscar e nós sairmos pra comemorar a nossa "data especial" .

Estranhei, mas não discuti e fiz tudo como ele me pediu; afinal de contas, ele teria vários dias pra cuidar disso já que, no meio da semana seguinte, ele estaria de férias. E se era assim, porque ele fazer isso justamente naquele dia, que era tão especial e importante pra nós? Mesmo assim, como não gosto de ficar discutindo por bobagem, fui pra casa da mãe dele e fiquei lá, esperando.

Porém, não foi uma espera; foi um verdadeiro "chá de cadeira" mesmo, o que ele me deu!!!!! Fiquei esperando por mais ou menos umas 3 horas ou mais; a espera foi tanta, que acabei dormindo, e só acordei com o primo dele me chamando. Levantei, sonolenta, e fui encontrá-lo; e eu estava tão sonolenta, que nem prestei atenção quando Ivaldinho (o primo dele) me falou que ele estava no carro e que depois conversávamos, pois ele estava com problemas.

Fui pro carro encontrá-lo, amorosa (apesar do "chá de espera" que ele me deu) , e quando fui beijá-lo, ele me retribuiu o beijo, meio frio; ele me perguntou se eu estava com fome, eu respondi que sim, e fomos para uma pizzaria (linda e bem romântica e aconchegante) jantar. Chegando lá, resolvi observar as atitudes dele (a essa altura, eu já tinha registrado o que Ivaldinho me falara) , em busca de algum "sinal" , que pudesse me mostrar o que estava acontecendo.

Como não vi nada (a não ser a frieza e distanciamento contextuais) , decidi agir: comecei a olhar fixamente pra ele, e ele me perguntou o que estava acontecendo; eu disse que não estava acontecendo nada, que estava apenas olhando pra ele, e perguntei "se eu podia" . E ele falou: hoje, você pode tudo. Eu, cansada da situação, e cada vez mais desconfiada, fui direta: perguntei, na "lata bucha" , o que estava acontecendo com ele; e dessa vez, ele me falou que apenas havia bebido um pouco demais, e que acabara falando o que não devia pra quem não devia ou

Percebendo que, se insistisse, podíamos acabar discutindo, achei melhor jantarmos e deixar pra continuarmos aquele papo em outro momento. Jantamos, fomos pra casa e, chegando em casa, mais uma vez perguntei o que estava acontecendo; e ele, cinicamente, me disse que no dia seguinte me contaria o que tinha acontecido. Aceitei a resposta, e fomos nos preparar pra dormir; ou melhor, pra namorar (e essa parte foi boa, pelo menos naquele momento; hoje sei que ele só fez tudo igual pra distrair a minha atenção, e quase conseguiu) .

No dia seguinte, como ele trabalharia combinamos que eu iria pra minha casa, pra organizar umas coisas minhas, e voltaria no domingo, que seria a folga dele; mas, de repente, ele me deixa na sala dizendo que precisava fazer uma ligação (celular, dentro da casa dele, não pega) , mas que era rápido . Fiquei com a "pulga atrás da orelha" mas, mesmo assim, não falei nada e fiquei na minha; ele foi, fez a ligação e voltou dizendo que um amigo dele da PM havia ligado, depois que ele fez a ligação dele, pedindo que ele tirasse o seu serviço (do amigo em questão) no domingo. Como, de qualquer forma, ele só trabalharia até a segunda mesmo (a partir da terça, estaria de férias) , aceitou a "oferta" , e me pediu que, ao invés de ir pra casa, eu ficasse e só fosse no domingo, na hora que ele fosse sair pra trabalhar, pois assim teríamos (supostamente) mais tempo pra namorar.

Aceitei, toda feliz, acreditando que as coisas seriam como ele falou; ilusão de novo, porque a frieza e distanciamento continuaram os mesmos, tudo igual. Pior até, porque ele fez tudo, menos me dar atenção direito; e eu, tão magoada quanto desconfiada, sem saber como agir. Resolvi pensar, pra decidir o que era melhor fazer, como eu agiria; mas, por mais que eu pensasse, cadê ideia? Parecia que, quanto mais eu pensava, mais confusa eu ficava; e mais triste e magoada também. Afinal, como entender e aceitar que o homem que eu amava (e que, até então, por ter me declarado isso, eu acreditava que me amava também) , simplesmente estava me tratando como se eu não existisse, como se eu fosse uma estranha pra ele?

Desse jeito se passou meu sábado com ele: tedioso e monótono; só não foi pior, porque ele, pelo menos por um momento, me tratou com um pouco do amor, carinho e atenção que ele tinha comigo desde que nos conhecemos, e que era cada vez mais raro. Fomos namorar (ou algo parecido com isso) ; foi um namoro meio chochinho, mas bom . Depois, resolvi dormir e deixar pro dia seguinte a continuação daquele "martírio" , já que ele ia trabalhar mesmo.

Quando eu estava me preparando pra isso ele chega, de surpresa, com uma sacola cheia de coisas deliciosas (de coisas das quais ele já sabia que eu gostava muito) , e todo carinhoso; disse que tinha comprado tudo pro caso de eu sentir fome, que estava com saudades e tinha passado somente pra me dar um beijo. Por um momento, até cheguei a pensar que tudo tinha melhorado, não havia problema nenhum e voltaríamos a ser o casal feliz que éramos (ou que eu achava que éramos) ; mas, eu estava tão "em alerta máximo" , que esse pensamento, na mesma velocidade que veio, foi embora.

Depois que ele saiu, terminei de me arrumar e fui pra cama, pra tentar dormir e pensar melhor; mas tudo que consegui foi ficar a noite toda rolando na cama, só pegando no sono pouco antes dele chegar. Pouco antes das seis da manhã, ele chegou, e eu fui abrir a porta; já chegou dizendo que não estava se sentindo bem, pois havia tido uma crise alérgica. Perguntei se ele estava com fome, ele me respondeu que sim e fui preparar algo pra ele comer, enquanto ele tomava banho.

Ele mal tocou na comida, e foi direto pra cama; fui atrás dele, como sempre fazia, pois sempre que era assim, acabávamos namorando, antes dele ir dormir. Mas que nada... ele mal me tocou, se virou e foi dormir . Eu, toda triste, virei pro outro lado e fui dormir também; ou tentar, porque tudo que eu consegui foi dar uns cochilos entrecortados.

De qualquer forma, resolvi que, assim que ele acordasse, eu iria ter uma conversinha com ele; iria pressioná-lo de novo, e dessa vez não me deixaria convencer por nenhuma desculpa . E foi justamente o que fiz: assim que ele acordou e resolveu chegar perto de mim, de fato questionei . Perguntei se ele queria me contar o que tinha acontecido na sexta e ele, mais uma vez, desconversou; disse que não se lembrava de ter me dito o que disse, já que tinha bebido um pouco demais . Não me deixei convencer, e insisti; e tudo que ele me disse foi que não havia sido nada demais.

Eu, vencida, deixei o dito pelo não dito, e não quis insistir mais . Passei o resto do dia com ele, juntando coragem pra ir embora; mas, como chegou a hora dele ir pro trabalho, não teve jeito: eu tinha que ir pra casa mesmo . E também, como eu não queria mesmo prolongar mais aquela situação, virei pra ele e disse: vou pra casa; tá na minha hora; e ele, fingindo desgosto (sei agora) , perguntou-me por que . Limitei-me a dizer que era somente porque eu tinha umas coisas a fazer (mas a verdade, mesmo, era que eu queria me ver livre daquilo rápido) .

Ele, aproveitando minha "deixa" , disse que queria ir pro Centro Espírita Luiz Sérgio (no qual ele vivia dizendo que me levaria um dia - outra das mentiras dele!!! ) e, como iria trabalhar naquele dia, era melhor que se adiantasse . Saímos, e ele foi comigo até o centro de Camaragibe; paramos num banco, porque ele falou que precisava tirar dinheiro, ele me deixou na parada de ônibus e se despediu de mim, todo frio (pra variar) .

Na segunda, veio a bomba: quando abri meu email, tinha uma mensagem dele, intitulada: "Aconteça o que acontecer, gosto muito de vc " , tendo uma carta como anexo . Quando vi, meu coração apertou e gelou, na hora; afinal, dadas as circunstâncias, essa era a reação normal!!!!! Abri o tal email, e li a carta .

Foi nesse momento que tudo se esclareceu, instantaneamente: na tal carta, ele me contava, em detalhes, os motivos pelos quais vinha sendo tão frio comigo. A decepção, pra mim, foi imensa: ele conheceu outra pessoa, ao mesmo tempo que namorava comigo ( a tal Débora, de quem encontrei mensagens no celular dele) ; Carlinda, a segunda ex - esposa dele, supostamente grávida . Ou seja: problemas sérios, os quais eu havia "farejado" e que ele, cinicamente, escondeu de mim e não teve coragem de me contar olho no olho.

Pior que isso: ficou mentindo pra mim, descaradamente. Chorei muito, e passei uns bons dias sofrendo por isso; até tentei, por várias vezes, conversar com ele, via msn. Consegui uma vez, e ele me veio com uma conversinha fiada de que não estava bem com a situação, que me admirava, etc, etc ; depois dessa conversa (curta) ele simplesmente passou a se recusar a falar comigo.

Foi aí que a ficha, finalmente, me caiu. Vi que, se ele estava me tratando com tanta indiferença (sem que eu, saliente-se, tivesse feito NADA pra isso) , por que eu deveria continuar pensando, sofrendo e, principalmente, tendo esperanças que ele viesse a voltar? Perda de tempo!!!!! Então, nesse momento resolvi que não perderia mais meu tempo com ele, e que faria exatamente o que ele me pediu na carta: tocar minha vida adiante.

E mais: viver como se ele NUNCA tivesse passado pela minha vida. No início, foi dificílimo; mas com o tempo, fui esquecendo e hoje, apenas desejo que ele esteja feliz com a escolha que fez. Afinal, foi ele quem achou melhor se separar de mim e abrir mão da paz que encontrou ao meu lado (palavras dele - mentirosas, mas dele) ; e agindo assim, só quem tá perdendo é ele. E outra mulher como eu, pra cuidar dele como cuidei, e ter com ele a paciência, amor e dedicação que sempre tive, ele não encontra mais.

Quanto a mim, posso dizer que agora, depois de toda a turbulência passada, as feridas estão cicatrizando cada vez mais rápido; hoje penso cada vez menos nele, e até meu sentimento por ele, que era tão grande, mudou também. Não tenho mais a confiança nele que eu tinha antes (nem sei se serei capaz de voltar a ter) , e sei que só terei qualquer conversa com ele a respeito disso tudo se ele me procurar.

E sei que isso um dia, cedo ou tarde, acontecerá ; claro que será na hora certa, mas acontecerá. Se realmente acontecer, estou pronta pra ouví-lo ; mas SOMENTE pra ouvir. Não o quero mais de volta pra mim, apesar de gostar dele; e é assim justamente porque não confio mais nele. Tenho plena consciência de que, pra que seja possível voltarmos a ter qualquer relação um dia, é preciso que ele reconquiste minha confiança.

Afinal, compartilhei com ele coisas que nunca tinha compartilhado com ninguém, e me mostrei exatamente como sou; e ele foi de uma terrível covardia comigo, fazendo o que fez. Como posso confiar numa pessoa dessas?

De qualquer forma, tudo isso me serviu de experiência, como tudo que passo na minha vida. E o maior aprendizado que tirei é o de que não posso mais confiar em outra pessoa como confiei nele; a menos, claro, que a pessoa confie dessa maneira em mim antes. Decidi que agora só confio no outro depois que o outro confie em mim; e não basta dizer, tem que mostrar!!!! Não vou, mais, "abrir guarda" pra ninguém.

O mais importante, nisso tudo, é que eu saí inteira, sã e salva disso tudo. E pronta pra outra!!!!